22 de out. de 2008

**Deus deveria ter feito tudo à simetria. Quando falhar para um, que falhe para o outro também.

Eu Não Sei Nada - Herbert Vianna

Eu não vim até aqui te divertir
Se me divirto, de algo já valeu
Não vim dançar, sorrir, te tratar bem
Lutar por algo que já não é meu

Eu sei do tempo, conheço seus danos
No que eu fui, no que eu não pude ser
Nos meus acertos e nos desenganos
Do que eu sei, nada serve pra você

E eu só quero dizer
Que eu não sei nada de você
E eu só quero dizer
Não sei muito de mim também

Os dedos que apontam rumos
Senhores, juízes do valor
Não são os meus, eu já não julgo
Não estou na sua pele, sua dor

Eu sei do tempo, conheço seus danos
No que eu fui, no que eu não pude ser
Nos meus acertos e nos desenganos
Do que eu sei, nada serve pra você

E eu só quero dizer
Que eu não sei nada de você
E eu só quero dizer
Não sei muito de mim também


http://www.youtube.com/watch?v=wS80opyrM-I
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20 de out. de 2008

Codinome Beija-Flor

Ando sempre decepcionando, criando oposição. A velha arte de se falar o que pensa. A tentativa de melhorar alguma atitude do outro é quase sempre falha, talvez por erro de expressão, talvez por erro de escuta. Sabe-se que todos têm erros, falhas. E porque tentar corrigir o próximo? Pensar em auto-correção é muito mais ameaçador. As pessoas mudam, os tempos mudam e os sentimentos às vezes ficam e não acompanham mais a realidade. Ficam ali, parados, vagando, como se um dia o alguém fosse ali pegá-los de volta e recomeçar de onde parou. Qual a razão? Simplesmente prender o passado, o obrigando a fazer parte do presente? E se eu gostar de alguém, o que farei com esse passado que fica ali, agarrado? Hoje me deparei com algo estranho. Saber que o que se tem com a pessoa recente simplesmente não dá certo porque “as pessoas mudam”, mas, ainda assim, lutar para que esta pessoa melhore sua atitude. Sem finalidade alguma, pois a “velha arte” que já não funcionava antes, obviamente não funcionará agora.
“A emoção acabou, que coincidência é o amor. A nossa música nunca mais tocou.” Pois é, que coincidência, agente opta por ir embora ou deixar que a pessoa se vá e aquilo tudo vai embora junto. Todos os momentos felizes e tristes, tudo que foi dito e planejado, cada lágrima, cada sorriso, tudo por água abaixo. E depois fica um vazio, um momento de falta de noção - sentido -. Porque tudo isso? Não há por que começar algo e não terminar, simplesmente abandonando no meio do caminho. E os planos, viagens, filhos, casa, tudo deixa o futuro e passa direto a ser passado. As brigas necessárias e desnecessárias, a intransigência, o ciúme, tudo que deveria ser para tentar forçar a melhora acaba sendo separação. Serão dois indivíduos que apesar de tempos juntos, não se conhecem mais.
Tempo perdido? Talvez! A solução é simplesmente não tentar? Acho que não. Pra que ficar sem sentir aquela borboleta no estômago toda vez que a pessoa se aproxima, aquela palavra doce, o olhar sincero com um pedido simples. Porque não senti ciúme e saudade? É mais fácil afastar-se dessas possibilidades só para não ter que encarar as desavenças, mas é muito mais humano encarar o a vida de frente e viver tudo que há, sem medo de sofrer ou de ser feliz. Dói, mas, ao olhar para trás, se vê um passado claro, de tentativas frustradas, mas é um passado de amor! Tentativas de amor!


por GLÁUCIA MEDEIROS


Codinome Beija-Flor - Cazuza

Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor.
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18 de out. de 2008

Um truque...

É o falar, o agir. Demonstrar o que se pensa, sem medo de machucar, e se for preciso, machuque. Cuidado! Parece egoísmo. Esquece-se do eu e se lembra do nós. Sentimento vermelho incolor, que dói e anestesia, que fere e cura. É como uma artéria alimentando o coração de uma substância de vida, de paz. Vermelha e sem cor, sem dor. Sentimento abafado que grita e cala. Indefinível, indescritível, inexplicável, inabitável, inóspito, inesperado. Sentimento vago, que pulsa, que obriga. Acima da paixão, abaixo de nada. Sentimento que envergonha, que ruborizam, que acanha, que tira o chão. Ferve por dentro, queima por fora, arde até não se agüentar, flameja. Consome todas as forças, as energias. Perdem-se as palavras, amedrontam-se as ações. Evapora a vida. Coisa divina. Criada por último. Obra da perfeição. Parece aquele cheiro de terra que sobe quando a chuva cai. Aquele toque de mãos quando se está sozinho. Calam-se todas as vozes e acalmam-se todos os corações. Agora. Não, não é o amor... O amor é pra quem aprendeu, o AFETO não tem pré requisito, se nasce com e se morre com. O amor é o seu mundo e mais um, somente. No meu mundo sou eu, você e todos, tudo se completando e nós dois nos completando. Todos em um só, nós dois em um só.



Escrito para alguém muito especial, que talves não se ache tão especial assim.
Amo vc!